O Instituto Nacional de Câncer, o INCA, realizou nesta quarta-feira (26) o II Simpósio Sobre Câncer do Colo do Útero do Hospital do Câncer, com objetivo de discutir estratégias de eliminação da doença no Brasil. O evento marcou o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, com a participação de especialistas e interessados na área.

De acordo com o INCA, o câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais incidente entre mulheres. Na análise regional, a doença é a segunda mais incidente nas regiões Norte e Nordeste.

Durante o evento, foram apresentados estudos sobre o tema e discutidos os desafios para o combate à doença, em especial a ampliação da cobertura vacinal contra HPV, vírus responsável por 99% dos casos de câncer do colo do útero.

Ana Goretti Kalume, secretária de vigilância em saúde e ambiente do Ministério da Saúde, ressaltou que um dos grandes desafios é a vacinação dos meninos.

“O menino é muito mais resistente. A menina quando entra na adolescência a mãe leva no ginecologista. Menino não vai pra unidade de saúde, menino não procura médico. Então a gente vai ter um desafio muito grande para a gente conseguir que os nossos meninos também tenham uma cobertura adequada”.

A especialista também falou sobre a importância de vacinação contra HPV de vítimas de violência sexual.

“E porque que as vacinas são importantes nessas vítimas. Porque elas têm um risco aumentado de contrair doenças relacionadas ao HPV, e tem que ser uma prioridade, a própria OMS diz isso. Elas têm um enorme risco de reexposição”.

O público-alvo da vacina contra HPV é formado por meninas e meninos de 9 a 14 anos, visando protegê-los antes da exposição ao vírus. O grupo prioritário também inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas, conforme disposição do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

As presenças do HPV e de lesões pré-cancerosas são detectadas no exame preventivo, o Papanicolau, e curáveis na quase totalidade dos casos.